segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Evolução e Processos (Por: Adriana Vanderlei)


A Evolução Biológica

 

Introdução:

A evolução biológica refere-se a populações e a mudanças hereditárias que possam ser transmitidas às próximas gerações. A evolução biológica permite a formação de raças e novas espécies e explica a origem de todas as espécies vivas e extintas.

O que é a Evolução Biológica?




Evolução no sentido mais amplo explica que o que nós vemos hoje é diferente do que existiu no passado. Galáxias, estrelas, Sistema Solar e Terra mudaram com o passar do tempo, e assim também a vida na Terra.

Evolução biológica refere-se a mudanças em seres viventes durante a história da vida na Terra. Explica que estes seres evoluíram de antepassados comuns. Com o passar do tempo, processos biológicos como a selecção natural dão lugar a novas espécies. Darwin chamou este processo de "descendência com modificações" que permanece uma boa definição de evolução biológica até hoje.
Esta teoria foi bem sucedida e tirada de uma variedade de fontes de dados, inclusive observações sobre o registo fóssil, informação genética, distribuição de plantas e animais e as semelhanças de anatomia e desenvolvimento entre diferentes espécies. Os cientistas deduziram que a "descendência como modificação" oferece a melhor explicação científica para estas observações, no qual as populações se dividiram de uma para a outra, e gradualmente ficaram diferentes.
À medida que as populações se tornam isoladas entre si, elas deixam de compartilhar genes, e as diferenças genéticas, eventualmente, aumentam até que os membros do grupo já não se podem cruzar.Através do tempo, elas tornam-se espécies separadas e podem dar lugar a novas espécies.



Origem comum da vida


Os hominídeos são descendentes de um ancestral comum.
Todos os seres vivos da Terra descendem de um ancestral comum ou de um pool genético ancestral.  E as espécies atuais são uns estádios no processo de evolução, e a sua diversidade resulta de uma longa série de eventos de especiação e extinção. A origem comum dos seres vivos foi inicialmente deduzida a partir de quatro simples factos sobre seres vivos: Primeiro, eles têm distribuições geográficas que não podem ser explicadas por adaptações locais. Segundo, a diversidade da vida não é uma série de organismos completamente únicos, mas os seres vivos têm semelhanças morfológicas. Terceiro, características vestigiais com nenhuma utilidade evidente são parecidas com características ancestrais funcionais e finalmente, que organismos podem ser classificados usando estas semelhanças numa hierarquia de grupos aninhados uns nos outros.
Espécies passadas também deixaram registros da sua história evolutiva. Fósseis, juntamente com a anatomia comparada de seres vivos existentes actualmente, constituem o registro morfológico ou anatômico.Comparando as anatomias de espécies modernas e extintas, paleontólogos podem inferir as linhagens dessas espécies. Contudo, esta metodologia tem maior sucesso em organismos com partes duras, tais como conchas, ossos ou dentes. Além disso, como os procariontes como bactérias e archaea partilham uma série limitada de morfologias comuns, os seus fósseis não fornecem informação sobre a sua ascendência.
Mais recentemente, evidências de origem comum provieram do estudo de semelhanças bioquímicas entre organismos. Por exemplo, todas as células vivas usam os mesmos ácidos nucléicos e aminoácidos. O desenvolvimento da genética molecular revelou o registro da evolução deixado nos genomas dos seres vivos: datando quando as espécies divergiram através do relógio molecular produzido pelas mutações. Por exemplo, comparações entre seqüências de DNA revelaram a estreita semelhança genética entre humanos e chimpanzés e revelou quando existiu um ancestral comum às duas espécies.

 

História do pensamento evolutivo



Charles Darwin com 51 anos, logo após ter publicado A Origem das Espécies.
Idéias evolutivas como origem comum e de transmutação de espécies existiram pelo menos desde o século VI a.C., quando foram examinadas pelo filósofo grego Anaximandro de Mileto. Outros que consideraram estas idéias incluem o filósofo grego Empédocles, o filósofo-poeta romano Lucrécio, o biólogo árabe Al-Jahiz,o filósofo persa Ibn Miskawayh, e o filósofo oriental Zhuang Zi.
À medida que o conhecimento biológico aumentou no século XVIII, idéias evolutivas foram propostas por alguns filósofos como Pierre Louis Maupertuis em 1745, Erasmus Darwin em 1796, e Georges-Louis Leclerc (conde de Buffon) entre 1749 e 1778. As idéias do biólogo Jean-Baptiste Lamarck acerca da transmutação das espécies teve grande influência. Charles Darwin formulou a sua idéia de selecção natural em 1838 e ainda estava desenvolvendo a sua teoria em 1858 quando Alfred Russel Wallace lhe enviou uma teoria semelhante, e ambas foram apresentadas na Linnean Society of London em dois artigos separados. No final de 1859, a publicação de A Origem das Espécies por Charles Darwin, explicava a selecção natural em detalhe e apresentava provas que levaram a uma aceitação cada vez mais geral da ocorrência da evolução.
Os debates sobre os mecanismos da evolução continuaram, e Darwin não foi capaz de explicar a fonte das variações hereditárias sobre as quais a selecção natural atuaria. Tal como Lamarck, ele pensava que os progenitores passavam à descendência as adaptações adquiridas durante a sua vida, uma teoria subsequentemente nomeada de Lamarckismo. Na década de 1880, as experiências de August Weismann indicaram que as mudanças pelo uso e desuso não eram hereditárias, e o Lamarckismo entrou gradualmente em descrédito.Mais importante do que isso, Darwin não consegui explicar como características passam de geração para geração. Em 1865, Gregor Mendel descobriu que as características eram herdadas de uma maneira previsível.Quando o trabalho de Mendel foi redescoberto em 1900, a discórdia sobre a taxa de evolução prevista pelos primeiros geneticistas e biometristas levou a uma ruptura entre os modelos de evolução de Mendel e de Darwin.
Esta contradição só foi reconciliada nos anos 1930 por biólogos como Ronald Fisher. O resultado final foi a combinação da evolução por selecção natural e hereditariedade mendeliana, a síntese evolutiva moderna. Na década de 1940, a identificação do DNA como o material genético por Oswald Avery e colegas, e a subseqüente publicação da estrutura do DNA por James Watson e Francis Crick em 1953, demonstraram o fundamento físico da hereditariedade. Desde então, a genética e biologia molecular tornaram-se partes integrais da biologia evolutiva e revolucionaram o campo da filogenia.
Na sua história inicial, a biologia evolutiva atraiu primariamente cientistas vindos de campos tradicionais de disciplinas orientadas para a taxonomia, cujo treino em organismos particulares os levava a estudar questões gerais em evolução. Assim que a biologia evolutiva se expandiu como disciplina acadêmica, particularmente depois do desenvolvimento da síntese evolutiva moderna, começou a atrair cientistas de um leque mais alargado das ciências biológicas. Actualmente, o estudo da biologia evolutiva envolve cientistas de campos tão diversos como bioquímica, ecologia, genética e fisiologia, e conceitos evolutivos são usados em disciplinas ainda mais distantes como psicologia, medicina, filosofia e ciência dos computadores.


O fixismo

Chama-se fixismo à idéia de que os seres vivos são fixos e imutáveis. Para o fixismo a evolução biológica jamais se verificou: os seres vivos que atualmente conhecidos são os que sempre existiram na Terra desde os seus primórdios.
Proposto pelo naturalista francês Georges Cuvier (1769-1832) o fixismo foi aceito sem contestação até o século 18 fundamentando-se na idéia da criação de todos os seres vivos a partir de um poder divino. A partir da segunda metade do século 18 surgiram as teorias evolucionistas, também chamadas transformistas, que se opuseram ao fixismo.
Várias hipóteses foram utilizadas para explicar o fixismo, entre elas destacando-se a de geração espontânea e a do criacionismo. A hipótese de geração espontânea foi proposta pelo filósofo grego Aristóteles sob influência de Platão. Para Aristóteles os seres vivos seriam formados, constantemente, a partir de matéria não viva como o pó. Uma vez formados, estes seres permaneceriam imutáveis originando descendentes semelhantes em todas as gerações.
O criacionismo baseia-se principalmente em escritos bíblicos interpretados segundo a ótica de que Deus criou todas as espécies através de um único ato, descartando-se, assim, a possibilidade de modificações evolutivas. Nos últimos anos, o criacionismo tem ressurgido. Movimentos religiosos e críticas ao evolucionismo têm empolgado a opinião pública, despertando não só em discussões como estímulos para que o criacionismo seja ensinado nas escolas de alguns países. A posição da Igreja Católica em relação ao evolucionismo foi consolidada em 1996 pelo papa João Paulo II que proclamou a compatibilidade entre a evolução e a fé cristã.
Bases do evolucionismo
A credibilidade do evolucionismo fundamenta-se em evidências que demonstram modificações das espécies. Tais evidências ou testemunhos originam-se de várias ciências e somam-se para confirmar o evolucionismo. Entre elas destacam-se:
·  A existência de fósseis
Chamam-se fósseis a vestígios ou restos petrificados ou endurecidos de seres vivos que habitaram a Terra e que se conservaram naturalmente sem perder suas características essenciais. À ciência que estuda os fósseis dá-se o nome de paleontologia. Associada à geologia histórica, a paleontologia permite o estudo comparativo de fósseis encontrados em camadas geológicas diferentes.
Através desse processo os paleontólogos têm a oportunidade de observar modificações contínuas sofridas pelos organismos vivos com o passar do tempo. É o caso de fósseis que apresentam, ao mesmo tempo, características comuns a espécies atualmente existentes. O fóssil do Archeopterix, considerada a primeira ave existente, apresenta características comuns a répteis e aves atuais: de répteis, escamas na cabeça, dentes, garras e cauda com ossos; de aves, asas e penas.
·  Evidências embriológicas
Comparações realizadas demonstram que embriões de animais diferentes podem apresentar grandes semelhanças nas primeiras fases de seu desenvolvimento. Em embriões de vertebrados tais semelhanças chegam a ser espantosas fato que levou, no século 19, o biólogo alemão Ernest Haekel a estabelecer uma Lei biogenética fundamental.
Esta lei atualmente reformulada, garante que o embrião de uma classe superior passa, na totalidade ou em parte, por estados que reproduzem fases embrionárias dos animais de classes sistematicamente inferiores.
A lei proposta por Haekel é unilateral: embora no desenvolvimento embrionário dos animais apareçam formas que lembram seus ancestrais adultos também se verifica o surgimento de estruturas que não existiram em nenhum deles.
·  Órgãos homólogos
Chama-se homologia à existência de órgãos que embora possuam a mesma origem embrionária desempenham funções diferentes. Sua existência é explicada por divergência: estruturas originalmente semelhantes diferenciam-se para realizar funções diferentes. Os membros superiores de vertebrados são um bom exemplo de homologia dado que, apesar de sua mesma origem, desempenham funções diferentes e compatíveis com as necessidades dos seres em que se apresentam.
·  Órgãos análogos
Chama-se analogia à existência de órgãos cujas origens embrionárias são diferentes mas que desempenham a mesma função. Suas estruturas anatômicas são diferentes e não existe relação de proximidade ou parentesco entre seus ancestrais. Asas de aves e asas de insetos são exemplos de analogia entre órgãos.
·  Órgãos vestigiais
Órgãos vestigiais são estruturas rudimentares que não desempenham função no organismo em que se encontram, mas são importantes em outros seres. Sua mesma origem - homologia - pode revelar parentesco entre seres diferentes e sugerir a existência de um ancestral comum. O apêndice vermiforme é órgão vestigial no homem em que não tem função. Entretanto, nos animais herbívoros, o apêndice é bastante desenvolvido nele vivendo microrganismos responsáveis pela digestão da celulose, principal fonte de energia de sua dieta.
·  Comparações entre proteínas
Proteínas são macromoléculas compostas por longas cadeias de aminoácidos. Embora existam na natureza apenas vinte aminoácidos diferentes é fabulosa a variedade de proteínas encontrada nos seres vivos. Tal fato explica-se: a produção de proteínas em cada organismo é coordenada pelo material genético (DNA) que ordena os aminoácidos formando as grandes moléculas protéicas.
Face às informações apresentadas torna-se lógico esperar que quanto maior a proximidade evolutiva entre dois seres maior seja a semelhança entre suas proteínas. Assim é que a molécula de hemoglobina (pigmento sanguíneo) é formada pelos mesmos aminoácidos no homem e no chimpanzé; já a do gorila tem um aminoácido diferente do homem e a do cão tem 15.
O conceito de adaptação
A distribuição dos seres vivos nas várias regiões da Terra não é aleatória ou ocasional. Por detrás da aparente naturalidade de suas existências destacam-se não só complexas relações entre seres como adaptações ao ambiente onde vivem. Em outras palavras: nenhum ser habita um certo lugar por acaso. Para sobreviver este ser deve possuir características que permitam a sua adaptação ao meio em que vive, características essas herdadas de seus ancestrais e que serão por ele transmitidas aos seus descendentes.
Desse modo indivíduos de uma determinada população herdam características que lhes são vantajosas em termos de sobrevivência. Indivíduos portadores de características vantajosas deixam, em média, mais descendentes que outros e suas populações tendem a ser majoritárias com o passar das gerações. Podemos, então, definir adaptação:
São incontáveis os exemplos de adaptações e o estudante poderá identificar alguns deles através de simples observação. Como exemplos temos adaptações para a caça verificadas em animais carnívoros tais como o tipo de presas e a velocidade; plumagem ou pelagem de animais como adaptações para aproximar-se de presas, fugir de predadores ou, ainda, atrair parceiros sexuais; patas eficazes para a fuga em alguns animais, etc.


Evolucionismo

- Teorias evolucionistas (Lamarck e Darwin revolucionaram a biologia)

 

Reprodução
Jean Baptiste Lamarck
A evolução biológica consiste de mudanças em indivíduos de uma população as quais são transmitidas de uma geração a outra. Esse processo resulta, ao longo do tempo, no aparecimento de novas raças e novas espécies. É importante salientar que a idéia de evolução não é apenas uma especulação. Nos dois últimos séculos tem-se acumulado enorme quantidade de evidências favoráveis à evolução fato que nos dá certeza de que ela ocorreu no passado e continua a ocorrer.

Isso significa que todas as formas vivas atualmente conhecidas, inclusive o homem, evoluíram a partir de espécies primitivas. Mas, como a evolução ocorre? De que natureza é o mecanismo que permite a modificação de espécies, o surgimento de outras e até a extinção de algumas delas?

Tais perguntas inquietaram vários naturalistas. Empenhando-se em respondê-las propuseram teorias evolucionistas ou transformistas. Negando a imutabilidade das espécies, afrontado idéias fixistas, naturalistas do século 19 utilizaram conhecimentos disponíveis em sua época para explicar o evolucionismo. Das hipóteses então levantadas duas merecem destaque: as propostas por Lamarck (lamarquismo) e por
Darwin (darwinismo).

O lamarquismo

Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet, Cavaleiro de Lamarck (1744-1829) é considerado o fundador do evolucionismo. Em 1809 publicou um livro, a "Philosophie Zoologique", no qual propôs sua teoria a respeito do mecanismo de evolução das espécies. Partindo das premissas de que "o meio ambiente sofre alterações e os seres vivos têm que se modificar para adaptarem-se às novas condições" e "com o tempo as modificações ocorridas nos seres vivos tornam-se hereditárias", Lamarck selecionou exemplos a seu ver comprobatórios das hipóteses que propôs.

Segundo suas próprias palavras:

"O ambiente afeta a forma e a organização dos animais o que significa que, quando o ambiente torna-se muito diferente, ele produz, num período de tempo correspondente, modificações na forma e organização dos animais".

(Traduzido de Zoological Philosophy. Londres, Macmillan and Company, 1914.)

De acordo com a proposta de Lamarck, a atrofia de partes do organismo devido ao desuso, o desenvolvimento de músculos resultante de exercícios contínuos e o escurecimento da pele sob ação da radiação solar seriam características que, uma vez adquiridas, tornar-se-iam hereditárias. Exemplos como esses e muitos outros obtidos através de acurado estudo de fósseis marinhos levaram Lamarck à proposição de dois princípios que são os pilares da sua teoria evolucionista. São eles:
·  Princípio do uso e desuso
O uso continuado de um órgão ou parte do organismo determina o seu desenvolvimento (hipertrofia). Em contrapartida, o desuso resulta em desenvolvimento reduzido (atrofia) ou mesmo desaparecimento de um órgão ou parte do organismo.
·  Princípio da transmissão hereditária dos caracteres adquiridos
As características adquiridas através do uso ou do desuso de órgãos ou partes do organismo tornam-se hereditárias com o passar do tempo. Desse modo novas espécies surgem a partir de transformação de outras já existentes.

Vários exemplos ilustram estes princípios e o modo pelo qual permitiriam o aparecimento de novas espécies. Um deles explica a existência de peixes cegos em cavernas. Peixes dotados de visão teriam passado a viver em cavernas onde a inexistência de luz condicionou a atrofia de seus olhos por desuso.

A atrofia, ocorrida ao longo de gerações, teria sido transmitida aos descendentes até o aparecimento de espécies de peixes cegos perfeitamente adaptados ao lugar onde vivem. Note-se, nesse exemplo, a ação condicionante do ambiente sem luz, fator determinante do desuso dos olhos, de sua atrofia, da transmissão à descendência e do aparecimento de espécies de peixes cegos.

Outro exemplo bastante citado é o que busca explicar a existência do longo pescoço das girafas atuais. Segundo Lamarck, as girafas ancestrais teriam pescoço curto. Mudanças ambientais tornaram difícil a obtenção de alimentos pelas girafas já que passaram a ser encontrados apenas no topo de árvores. A necessidade de alimentos teria obrigado as girafas a um esforço de alongamento do pescoço para alcançá-los.

A hipertrofia decorrente do uso permanente dos músculos do pescoço (caráter adquirido) teria sido transmitida hereditariamente por gerações subseqüentes verificando-se progressivo aumento desta parte do organismo. Teria sido desse modo que o pescoço das girafas atingiu o tamanho que atualmente se verifica.

Obviamente, o Cavaleiro de Lamarck propôs uma teoria evolucionista que não pode ser aceita. Seu grande erro foi acreditar que características adquiridas possam ser transmitidas hereditariamente. Entretanto, é preciso lembrar que à época em que Lamarck viveu os princípios da hereditariedade que hoje conhecemos ainda não tinham sido desvendados.

As bases da genética e da reprodução só viriam a ser desvendadas por Gregor Mendel por volta de 1860. Ainda assim, os experimentos de Mendel permaneceriam desconhecidos por cerca de quarenta anos vindo a ser redescobertos somente em 1900 através de estudos isolados de Correns, Tchesmark e Hugo de Vries.

O darwinismo

Charles Robert Darwin (1809-1882) foi o quinto filho de importante família na Inglaterra. Estudante de medicina, abandonou o curso antes de terminá-lo e matriculou-se na universidade de Cambridge com a intenção de formar-se clérigo. Já graduado, aos 22 anos de idade Darwin foi recomendado por seus mestres para participar, como naturalista, de uma viagem de exploração científica ao redor do mundo.

A viagem de Darwin no HMS Beagle

Darwin embarcou, em dezembro de 1831, no navio HMS Beagle e iniciou uma viagem que duraria cinco anos. Nesse período, Darwin teve oportunidade de recolher informações relacionadas à meteorologia, hidrografia e geologia da América do Sul e outras regiões do globo. Fazendo uso de agudo senso de observação Darwin analisou fósseis e coletou fantástica quantidade de dados relativos à vida animal e vegetal, relações entre os seres vivos, sua variabilidade e adaptações dos mesmos aos ambientes naturais vivem.

Universidade de Turim
Uma variedade de tentilhão


De particular interesse para os estudos de Darwin revelou-se o Arquipélago de Galápagos, situado no oceano Pacífico a cerca de 1.000 Km da costa da América do Sul, formado por ilhas vulcânicas. Nele Darwin observou que em cada ilha existem tartarugas, tentilhões e outros seres adaptados aos ambientes particulares em que vivem. Darwin estudou detidamente estes seres vivos analisando as diferenças em suas estruturas e hábitos alimentares.

A observação dos tentilhões, mais tarde relatada por Darwin, tornou-se exemplo clássico de prova do evolucionismo. Em Galápagos cada ilha é habitada por espécies semelhantes mas distintas dessas aves fato que atesta o caráter gradual da evolução. Darwin notou que os tentilhões diferem pelo formato e tamanho de seus bicos.

A diferença ocorre porque os bicos, tais quais ferramentas, têm forma e tamanho adaptados ao tipo de alimento encontrado nas ilhas em que os tentilhões vivem. Trata-se, portanto de um caso em que se verifica a variabilidade de seres decorrente das suas necessidades de adaptação aos ambientes, fator indispensável às suas sobrevivências.

Observações como a descrita em relação aos tentilhões, levaram Darwin a duvidar da imutabilidade das espécies. Admitiu, então, a transformação das espécies a partir de outras pré-existentes sem, contudo, atinar com a causa das transformações.

A influência de Thomas Malthus

Após cinco anos, Darwin retornou à Inglaterra e iniciou seu trabalho de organização das informações obtidas durante a viagem. De suas observações três pareceram a ele particularmente importantes: as variações apresentadas por indivíduos de uma mesma espécie; as semelhanças entre indivíduos de espécies diferentes que vivem em regiões muito próximas; e a semelhança entre fósseis que encontrou e espécies atuais.

Os estudos de Darwin progrediram após a leitura de um trabalho, publicado em 1798, por Thomas Malthus (1766-1834) denominado "Um Ensaio sobre a Teoria da População". De acordo com Malthus a população tende a crescer mais rapidamente que a quantidade de alimentos que necessita para sobreviver. Em outras palavras, enquanto a população cresce em progressão geométrica, os alimentos crescem em progressão aritmética. A desproporção decorrente deste fato gera uma situação assustadora com conseqüências como a fome, doenças e guerras entre povos.

Inteirado sobre as idéias de Malthus, Darwin imediatamente aplicou-as aos animais e vegetais. A partir daí trabalhou por duas décadas em sua teoria que foi anunciada pela primeira vez em 1858 e finalmente terminada em 1859 quando publicou o livro "A Origem das Espécies".

A evolução pela seleção natural

Darwin não tinha intenção de publicar a sua obra e chegou a instruir sua mulher para que o fizesse apenas depois da sua morte. Convencido por amigos, estava para publicá-la quando, em 1958, recebeu carta inesperada de Alfred Russel Wallace (1823-1913) na qual este naturalista descrevia idéias sobre a evolução muito próximas às suas. Mesmo assim e depois de alguma relutância publicou a sua teoria de evolução pela seleção natural que pode ser resumida nos seguintes tópicos:
·  As populações têm potencial para crescer em progressão geométrica aumentando exponencialmente o número de indivíduos;
·  Entretanto isso não acontece: o número de indivíduos de uma mesma espécie, em cada geração, mantém-se aproximadamente constante;
·  O não crescimento populacional só pode ser explicado por elevada taxa de mortalidade;
·  A mortalidade elevada explica-se pelo fato de os indivíduos não serem iguais entre si. As variações que apresentam, na maior parte de origem hereditária, podem ou não lhes ser úteis no ambiente onde vivem. Isso representa que alguns se mostram mais capazes do que outros para sobreviver e deixar descendentes;
·  Verifica-se, portanto, uma luta pela sobrevivência que é vencida pelos indivíduos mais aptos, ou seja, que possuem variações que melhor os adaptem ao meio ambiente;
·  Em síntese, a natureza seleciona os indivíduos mais aptos. A esse processo Darwin deu o nome de seleção natural.

A ação da seleção natural tem como conseqüência a sobrevivência dos indivíduos portadores das melhores variações adaptativas em relação ao meio em que vivem. Tais variações, por serem hereditárias, acumulam-se na descendência. O acúmulo de variações ao longo de inúmeras gerações altera de tal forma os indivíduos que se chega a um estágio no qual surgem descendentes diferentes de seus ancestrais e que constituem uma nova espécie. Através desse raciocínio Darwin explicou como aparecem novas espécies a partir de outras que já existiam.

O neodarwinismo

Por que ocorrem as variações? Darwin não conseguiu responder a essa pergunta. O aparecimento de variações hereditárias na descendência só pode ser explicado mais tarde com o nascimento da genética.

Atualmente sabe-se que as variações hereditárias são provocadas pelas mutações e pela recombinação genética. As mutações são variações espontâneas dos genes e constituem-se em matéria-prima para a evolução. Os genes mutantes determinam novas características nos organismos e podem ou não ser úteis aos indivíduos que as possuem face ao ambiente em que vivem. Quando úteis prevalecem e são transmitidas aos descendentes, acumulando-se e contribuindo para o aparecimento de novas espécies.

A recombinação genética, ou crossing-over, ocorre durante o processo de meiose através do qual os seres vivos produzem as suas células sexuais. A recombinação do material genético resulta em novos arranjos de genes e geração de indivíduos com características diferentes que serão selecionadas.

À teoria de Darwin acrescida à explicação genética das causas da variabilidade dá-se o nome de neodarwinismo ou teoria sintética da evolução.

Lamarck X Darwin

Como diferenciar as teorias evolucionistas propostas por Lamarck e Darwin? Embora bastante diferentes em suas formulações, as duas teorias buscam explicar a modificação das espécies e podem ser facilmente diferenciadas quando destacamos a ação do ambiente. Para Lamarck o ambiente é a causa das modificações que ocorrem nos seres vivos. É o ambiente que as provoca. Darwin entende o ambiente como meio de seleção natural de características apresentadas pelos seres vivos. Em outras palavras, para Darwin os seres sofrem mudanças que são selecionadas pelo meio ambiente.

A aplicação das teorias a um exemplo anteriormente citado esclarece as diferenças entre as duas teorias. O atual tamanho de pescoço das girafas é explicado por Lamarck como resultante de um alongamento em função da necessidade de conseguir alimentos localizados em lugares altos. Seria, pois, a alteração ambiental a causa da mudança.

Darwin partiria da variabilidade para explicar o mesmo fato: existiriam girafas de pescoços curtos e outras de pescoço longo. A mudança ambiental que obrigou as girafas a conseguirem alimentos em locais mais altos favoreceu aquelas portadoras de pescoço longo e fez desaparecer as de pescoço curto. Teria havido, portanto, ação do ambiente no sentido de selecionar os animais portadores de características adaptadas às novas exigências ambientais.
Conclusão

A confirmação da existência da espécie humana há cerca de dois milhões de anos é um relevante produto da evolução. Através do desenvolvimento da inteligência o homem é capaz de reconstruir suas origens e suas etapas evolutivas, tais como as primeiras populações, suas características morfofisiológicas e comportamentais, além de suas possíveis rotas migratórias contribuintes para mutações e, conseqüente, seleção natural das mesmas, fatores que as enquadram em grupos chamados, de maneira primitiva, de “raças”. É importante destacar que essa denominação primitiva de raça foi estabelecida por questões geográficas e fenotípicas de populações isoladas.





Fonte:




























Ass: Adriana Ferreira Vanderlei

O Processo da Evolução Biologica (Por: Thais Miranda)


        O processo da evolução biológica.

INTRODUÇÃO:
Embora muitas vezes relacionada com progresso, a palavra evolução no sentido biológico não tem esta conotação. Darwin não se referia às suas teorias como teorias evolutivas e tinha o cuidado de evitar termos como "superior" e "inferior". Infelizmente, ainda é comum se observar como as pessoas relacionam a evolução biológica com progresso, superioridade.
 
O que é a evolução biológica?
a evolução biológica consiste na mudança das características hereditárias de grupos de organismos ao longo das gerações. Grupos de organismos, denominados populações e espécies, são formados pela divisão de populações ou espécies ancestrais; posteriormente, os grupos descendentes passam a se modificar de forma independente. Portanto, numa perspectiva de longo prazo, a Evolução é a descendência, com modificações, de diferentes linhagens a partir de ancestrais comuns.
  A Teoria da Evolução é um conjunto de afirmações a respeito dos processos da Evolução tidos como causadores da história dos eventos evolutivos. A evolução biológica (ou orgânica) ocorre como conseqüência de vários processos fundamentais. Esses processos são tanto aleatórios como não-aleatórios. É certamente a maior teoria unificante da biologia. A diversidade de organismos, similaridades e diferenças entre os tipos de organismos, padrões de distribuição e comportamento, adaptação e interação, eram meramente um caos desconcertante de fatos até que a teoria evolutiva deu-lhes sentido. Não existe uma área sequer dentro da biologia na qual esta teoria não sirva como um princípio ordenador. Nenhuma outra idéia em biologia é tão cientificamente poderosa, ou tão intelectualmente estimulante. Não foi a toa que Theodosius Dobzhansky cunhou a célebre frase: "Nada em biologia faz sentido exceto à luz da evolução".
  A evolução aconteceu, e continua acontecendo. A seleção natural está sempre trabalhando; as freqüências gênicas flutuam; ambos têm sido observados repetidamente no laboratório, em organismos com curtos intervalos de tempo e no campo. Estes mecanismos estão bem documentados. Os registros fósseis, a sistemática molecular e os mecanismos compartilhados por todas as células vivas claramente demonstram a origem antiga da vida e a continuidade da descendência com modificações a partir de ancestrais comuns. A evolução é realidade e não pode ser ignorada.
 

O papel da Seleção Natural na Evolução
Quanto estamos falando de seleção natural,precisamos ter em mente alguns requisitos: variação entre indivíduos, reprodução e hereditariedade. Já vimos que variação é um componente da natureza. Entretanto, variação pode ser decorrente de fatores ambientais, alterando o fenótipo. Por isso, para ser “observada” pela seleção natural, uma característica variável precisa ser herdável, para ser transmitida ao longo das gerações por meio de indivíduos capazes de se reproduzir.
Isso não é tudo. Para que a seleção natural opere, além da variação da característica, é necessário que haja associação com sucesso reprodutivo (“fitness”). Por sucesso reprodutivo entende-se o grau no qual um indivíduo contribui com prole para geração seguinte. Em todas as populações indivíduos diferem no sucesso reprodutivo. Uma característica que permita um incremento no fitness de seu portador tem maior probabilidade de ter sua freqüência aumentada na população ao longo das gerações. Esta é a base da idéia da “luta pela sobrevivência”. Muitos exemplos de seleção natural podem ser observados na natureza. O clássico experimento de Kettlewell com as mariposas Biston betularia fornece um exemplo bastante didático. Alguns exemplos práticos podem ser mais evidentes, como no caso da resistência a pesticida em insetos, ou a resistência a antibióticos em bactérias. Não é incomum ouvirmos que determinado inseto “adquiriu” resistência a um pesticida. Com estas palavras, induzimos a um pensamento errôneo, o de que o pesticida causa alguma alteração no inseto que o torna resistente. No entanto, o que realmente acontece é que naturalmente existem insetos resistentes. Em alguns casos eles produzem uma proteína que impede a ação do pesticida. Às vezes apresenta uma forma alterada da proteína alvo do veneno, de modo que este passa a não atuar. De qualquer forma, em uma população de insetos pode haver alguns poucos indivíduos portadores de uma variação hereditária. O conjunto de fatores ambientais (pressão seletiva) não favorece qualquer uma destas variações, ou em alguns casos pode favorecer a forma normal. Quando a pressão seletiva do meio é alterada pela presença de um pesticida no meio, apenas os indivíduos resistentes conseguem sobreviver e passam esta resistência a sua prole, aumentando muito a freqüência da característica na população. É importante compreender que nem sempre uma característica sobre a qual a seleção natural pode operar tem efeito tão drástico.
A “alteração na freqüência de genes em uma população ao longo das gerações”, portanto, atualmente é a melhor definição de evolução biológica. Esta alteração depende de um balanço entre a fonte de variação (mutação) e a seleção natural sobre determinada característica.
Outra forma de se alterar a freqüência de um gene em uma população é através de migrações a partir de outras populações. Desta forma, a migração atua na homogeneização ou unificação da freqüência gênica entre populações.


Introdução a biologia evolutiva
Na evolução estão as bases da biologia moderna. Todos os campos da biologia são unificados sob essa teoria. Não é um conceito difícil, mas pouquíssimas pessoas incluindo aqui a maioria dos biólogos  têm um entendimento satisfatório. Um erro comum é acreditar que as espécies podem ser dispostas em uma escada evolutiva indo desde a bactéria, passando pelos animais “inferiores”, até os animais “superiores”, até chegar finalmente, ao homem. Falsas concepções permeiam as exposições populares de biologia evolutiva. Erros podem até mesmo chegar aos jornais e textos de biologia. Por exemplo, Lodish e colaboradores, no seu texto sobre biologia celular, proclamaram “Foi de Charles Darwin a grande idéia de que todos os organismos se relacionam numa grande cadeia de seres...”. Na verdade, a idéia da grande cadeia de seres, sugerida por Linneaus, foi mudada radicalmente pela idéia de Darwin de descendência comum. A má compreensão da evolução é danosa não só ao estudo da própria evolução, mas da biologia como um todo. Pessoas que têm um interesse genérico em ciências muitas vezes menosprezam a evolução como se fosse uma ciência de menor importância após absorverem algumas das muitas idéias absurdas populares. A impressão de ser uma ciência menos importante é reforçada quando biólogos de campos não relacionados especulam publicamente sobre evolução.

Cinco grandes equívocos sobre a evolução

A evolução nunca foi abservada:
Os biólogos definem a evolução como a mudança no conjunto de genes de uma população ao decorrer do tempo. Um exemplo é o dos insetos desenvolvendo resistência a pesticidas num período de poucos anos. Mesmo a maioria dos criacionistas reconhece que a evolução nesse nível é um fato. O que eles não reconhecem é que essa taxa de evolução é o bastante para produzir toda diversidade de todos os seres vivos a partir de um ancestral comum. A origem de novas espécies pela evolução também foi observada, tanto em laboratório quanto na natureza.
Mesmo sem essas observações diretas, seria um engano dizer que a evolução não foi observada. A evidência não é limitada a ver algo acontecendo diante de seus olhos. A evolução permite fazer previsões sobre o que nós esperaríamos ver no registro fóssil, anatomia comparada, seqüências genéticas, distribuição geográfica de espécies, etc., e essas previsões foram verificadas diversas vezes. O número de observações corroborando a evolução é arrebatador. O que não foi observado é um animal abruptamente transformando-se em um outro radicalmente diferente, como um sapo transformando-se em uma vaca. Isso não é um problema para a evolução pois não é proposto nada nem remotamente parecido com isso. Na verdade, se alguma vez observássemos um sapo transformar-se numa vaca, isso seria uma evidência muito forte contra a evolução.

O argumento da termodinâmica contra a evolução mostra conhecimento equivocado tanto sobre evolução quanto sobre termodinâmica, já que um entendimento claro do funcionamento da evolução deveria revelar grandes falhas nesse argumento. A evolução diz que os organismos reproduzem-se com apenas pequenas mudanças entre as gerações (a prole é do mesmo tipo, pode-se dizer). Por exemplo, animais poderão ter membros um pouco mais longos ou curtos, finos ou grossos, claros ou escuros, que os de seus pais. Ocasionalmente, a mudança poderá levar a ter quatro ou seis dedos em vez de cinco. Uma vez que as diferenças aparecem, a teoria da evolução diz que poderá haver diferenciação no sucesso reprodutivo. Por exemplo, talvez animais com membros longos sobrevivam de forma a ter prole mais numerosa que indivíduos de membros mais curtos. Todos esses processos podem ser observados hoje. Eles obviamente não violam nenhuma lei da física.

Não há fósseis transicionais.
Dizer que não há fósseis transicionais é simplesmente falso. A paleontologia tem progredido um pouquinho desde que "A origem das espécies" foi publicado, descobrindo milhares de fósseis transicionais, tanto por definições restritivas temporalmente quanto por menos restritivas. No registro fóssil permanecem lacunas, e sempre haverá; erosão e a raridade das condições favoráveis para fossilização tornam isso inevitável. Também, transições podem ocorrer em uma pequena população, em uma pequena área e/ou em um período relativamente curto de tempo; quando temos qualquer uma dessas condições, as chances de se encontrar os fósseis transicionais cai. Ainda assim, há muitas instâncias em que existem excelentes seqüências de fósseis transicionais. Alguns exemplos notáveis são as transições de réptil a mamífero, de animais terrestres para baleias primitivas, e dos ancestrais humanos ao homem.

A teoria da evolução diz que a vida surgiu, e prosseguiu evoluindo por acaso.

Provavelmente não há outra declaração que seja melhor indicação que o argumentador não compreende evolução. A sorte certamente tem seu lugar na evolução, mas esse argumento ignora completamente a participação da seleção natural, e seleção é extremamente oposto à aleatoriedade. A aleatoriedade, na forma de mutações, gera variação genética, o que é o material bruto sobre o qual trabalha a seleção natural. Daí, a seleção natural separa determinadas variações. Aquelas que conferem maior sucesso reprodutivo ao seus portadores (e a aleatoriede assegura que algumas mutações benéficas serão inevitáveis) são mantidas, e as variações menos bem sucedidas são removidas. Quando o ambiente muda, ou quando os organismos mudam para um ambiente diferente, diferentes variações são selecionadas, levando eventualmente a diferentes espécies. Mutações nocivas usualmente desaparecem rapidamente, então elas não interferem no processo de acúmulo de mutações benéficas.
 A abiogênese (a origem da vida) também não é devida puramente ao acaso. Átomos e moléculas arranjam-se não de maneira aleatória, mas de acordo com suas propriedades químicas. No caso de átomos de carbono especialmente, isso significa que moléculas complexas certamente formam-se espontaneamente, e elas podem influenciar umas às outras a criar ainda mais moléculas complexas. Uma vez que se forma uma molécula que é aproximadamente auto-replicante, a seleção natural irá guiar a formação de replicadores cada vez mais eficientes. O primeiro objeto auto-replicante não precisa ser tão complexo quanto a célula moderna ou mesmo uma estrutura de DNA. Algumas moléculas auto-replicantes realmente não tem toda essa complexidade (como as moléculas orgânicas). Algumas pessoas ainda argumentam que é tremendamente improvável para uma determinada molécula auto-replicante formar-se em determinado ponto (apesar deles não declararem essas especificidades, elas estão implícitas nos cálculos). Isso é verdade, mas havia oceanos de moléculas trabalhando no problema, e ninguém sabe quantas possíveis moléculas auto-replicantes poderiam ter sido a primeira, Um cálculo das improbabilidades da abiogênese é insignificante a menos que reconheça a imensa amplitude de materiais iniciais da qual o primeiro replicador pode ter se formado, as inúmeras prováveis formas diferentes que o primeiro replicador poderia ter tido, e o fato de muito da construção da molécula auto-replicante ter sido não-aleatório para começar.
(Também se deve notar que a teoria da evolução não depende de como a vida começou. A verdade ou falsidade de qualquer teoria da abiogênese não afetará nem minimamente a evolução.).

"A evolução é apenas uma teoria; nunca foi provada."
Primeiro, devemos clarificar o que "evolução" significa. Como tantas outras palavras, tem mais de um significado. Sua definição estritamente biológica é "a mudança de freqüências dos alelos no decorrer do tempo”. Por essa definição, a evolução é um fato incontestável. A maioria das pessoas parece associar "evolução" principalmente com ancestralidade comum, a teoria de que toda a vida originou-se de um mesmo descendente. Muitas pessoas acreditam que há evidência para chamar isso de fato, também. De qualquer modo, ancestralidade comum ainda não é a teoria da evolução, mas apenas uma fração disso (e parte de várias teorias bem diferentes também). A teoria da evolução não apenas diz que a vida evoluiu, mas também inclui mecanismos, como mutações, seleção natural, e deriva genética, nas explicações de como a vida evoluiu.

Chamar a teoria da evolução de "apenas uma teoria" é, estritamente falando, verdadeiro, mas a idéia que isso tenta passar é completamente errada. O argumento apóia-se numa confusão entre o que "teoria" significa no uso informal e em um contexto específico. Uma teoria, no sentido científico, é "um coerente grupo de proposições gerais usado como princípios de explicações para uma classe de fenômenos" [Random House American College Dictionary]. O termo não implica em caráter provisório ou falta de certeza. Geralmente teorias científicas diferem de leis científicas apenas pelas leis poderem ser expressas mais brevemente. Em ser uma teoria implica-se autoconsistência, concordância com as observações, e utilidade. (O criacionismo falha em ser uma teoria principalmente pelo último ponto; faz poucas ou nenhumas previsões do que se esperaria encontrar, então não pode ser utilizado para nada. No que faz previsões falseáveis, elas provam ser falsas.).

Falta de provas não é uma fraqueza, também. Pelo contrário, alegar infalibilidade para uma conclusão é um sinal de extrema arrogância. Nada no mundo real foi alguma vez rigorosamente provado, nem algum dia será. Prova, no sentido matemático, é possível apenas se você tem o luxo de definir o universo em que você está operando. No mundo real, devemos lidar com níveis de certeza baseados em evidência observada. Quanto melhor a evidência que tivermos para algo, mais certezas dão a isso; quando há evidência suficiente, consideramos algo como um fato, ainda que não se tenha 100% de certeza.
 O que a evolução tem é o que qualquer boa alegação científica tem - evidências, aos montes. A evolução é validada por uma vasta gama de observações nos campos da genética, anatomia, ecologia, comportamento animal, paleontologia, e outros. Se você deseja desafiar a teoria da evolução, você deve levar em conta essas evidências. Você deve saber se as evidências apontadas erroneamente são irrelevantes ou se elas se adéquam melhor à outra teoria. Claro, para fazer isso, você deve conhecer tanto a teoria quanto suas evidências.

O EVOLUCIONISMO<-->

Segundo essa teoria, nós e todos os seres vivos teríamos surgido das modificações genéticas que ocorrem com o passar das eras, determinando características novas à medida que as gerações se sucedem.

Lamarckismo - Teoria de J. B. Lamarck baseava-se em duas leis:
imagem: http://www.notapositiva.com/resumos/biologia/fixismovsevolucionismo1.jpg
1.Lei do uso e desuso - Quanto mais uma parte do corpo é usada, mais se desenvolve; por outro lado, as partes que não são usadas enfraquecem gradativamente, podendo atrofiar-se com o tempo ou mesmo desaparecer.


2. Lei da herança de caracteres adquiridos - Tudo que o animal adquire, em função do uso e desuso, ou seja, caracteres perdidos ou adquiridos, é transmitido de geração em geração

Exemplo: Segundo essa lei, características adquiridas pelos pais poderiam ser passadas aos seus filhos, assim um jogador de futebol daria origem a crianças com a musculatura das pernas bem desenvolvidas, pois seu pai, ao jogar futebol, exercitou demais esses músculos que hipertrofiaram.

Como vimos, Lamarck, apesar de errado em vários pontos de sua teoria, tem um grande valor, pois foi o primeiro a falar de adaptação, mesmo tendo errado os meios pelos quais esta ocorria.

Darwinismo - No seu livro A Origem das Espécies, publicado em 1859, Charles Darwin explicou a evolução por meio da seleção natural.
imagem: http://darwinismo.files.wordpress.com/2008/03/racist_evolutionary_icon.jpg

A teoria proposta por Darwin (Darwinismo) propõe, em resumo, que, na luta pela sobrevivência, os indivíduos portadores de variações (características) adaptativas às condições ambientais levam vantagem competitiva sobre os indivíduos que não as possuem. Os adaptados deixam mais descendentes, e os não adaptados são eliminados. A essa eliminação diferencial dos indivíduos de uma espécie, Darwin denominou seleção natural. A seleção natural, atuando continuamente sobre uma espécie, pode modificá-la gradualmente, a ponto de originar uma nova espécie.

As idéias de Darwin podem ser assim resumidas:

1. Os organismos vivos têm grande capacidade de reprodução. Apesar disso, já que o suprimento alimentar é reduzido, poucos indivíduos chegam à idade de procriação. Disso decorre que os organismos com as mesmas exigências alimentares competem entre si, "lutando" constantemente pela existência.

2. Os organismos apresentam variações hereditárias e, portanto, transmissíveis. Algumas variações são mais favoráveis à existência do que outras, num determinado ambiente. Disso decorre que os organismos com as variações mais favoráveis num determinado ambiente estarão mais capacitados a sobreviver e a se reproduzir nele do que os que possuem variações desfavoráveis.

Assim, cada geração sucessiva fica melhor adaptada ao ambiente.


Darwin só não foi mais completo porque não soube explicar a razão pela qual existiam tantas variações em indivíduos pertencentes à mesma espécie. Mais tarde com a aceitação dos cientistas em relação as teorias genéticas de Mendel o porque destas variações veio à tona.


Conclusão:
há cerca de cem anos, cientistas, que eram então na maioria criacionistas, olharam para o mundo para tentar descobrir como Deus fez as coisas. Esses criacionistas chegaram a conclusões de uma Terra que já era antiga e de espécies se originando através da evolução. Desde então, milhares de cientistas têm estudado a evolução com ferramentas cada vez mais sofisticadas. Muitos desses cientistas têm excelente conhecimento das leis da termodinâmica, como fósseis são interpretados, etc., e encontrar uma alternativa melhor à evolução iria levá-los a fama e fortuna. Às vezes o trabalho deles desafia nossa compreensão de detalhes significantes de como a evolução opera, mas a teoria da evolução continua tendo essencialmente concordância unânime das pessoas que trabalham com ela.


Fonte:

Ass.: Thais Miranda